A Ninja e uma Assassina Sob o Mesmo Teto nunca tentou fingir que é uma série séria. Ela se apoia no absurdo: ninjas mágicos, robôs autoconscientes, sociedades secretas de assassinos… e ainda assim, seu universo tem regras. Existe continuidade, e o passado das protagonistas está sempre pronto para dar o troco. Era questão de tempo até termos um episódio focado em entender os limites da misteriosa habilidade de Satoko.
O Poder de Transformar Tudo em Folhas (Quase Tudo…)
Desde o começo, aprendemos que Satoko só consegue transformar objetos inanimados em folhas secas. Sim, até cadáveres entram nessa conta. Mas, no episódio anterior, ela virou o demônio que possuía Marin em folhas também — e isso definitivamente não era um “objeto”.
Foi aí que surgiu a dúvida: será que sabemos mesmo o que Satoko pode ou não fazer? E se ela tocasse em alguém por engano? Existe mesmo uma barreira natural entre o que é vivo e o que vira adubo… ou é tudo psicológico?
Esse episódio abraça a dúvida e mergulha de cabeça no estilo “vamos testar isso cientificamente”. Spoiler: carne viva ainda não vira folha. Mas a dúvida persiste — é uma limitação da técnica ou da mente da Satoko?
Roupa de Ninja = Poder?
Outra camada interessante é a obsessão da Satoko com seu uniforme de ninja. Ela acredita que precisa dele para lutar direito. No entanto, no episódio passado, ela eliminou inimigos sobrenaturais com a mesma eficiência vestindo um agasalho. Em resumo: o que ela acredita molda como seus poderes funcionam. Isso adiciona um toque quase psicológico ou mágico às regras da série, e deixa tudo mais divertido (e imprevisível).
Também descobrimos que não há limite de tamanho para o que pode virar folha. O único fator é o tempo: quanto maior o objeto, mais tempo leva. Então sim, teoricamente ela pode sumir com um avião ou um prédio — desde que tenha paciência. Isso transforma Satoko de ninja excêntrica a potencial arma de destruição em massa. Boa sorte com isso, sociedade de assassinos.
Do Caos ao Carinho
Apesar da trama maluca, o episódio também dedica tempo ao desenvolvimento de relacionamento entre Satoko e Konoha. A essa altura, Satoko já conhece a assassina o suficiente para presenteá-la com algo significativo, e Konoha… já aceita dividir a cama com a ninja quando está com medo. Não estamos exatamente em território romântico (ainda), mas já há uma conexão sincera ali — quase no mesmo nível da antiga parceria entre Konoha e Roboko.
Essas cenas têm uma animação surpreendentemente detalhada, especialmente nos gestos das mãos e expressões faciais. Dá até a impressão de que o estúdio está dizendo: “olha o que a gente sabe fazer quando quer impressionar”.
Veredito
O episódio 9 talvez não tenha sido o mais hilário ou o mais intenso da temporada, mas cumpriu bem seu papel: estabeleceu regras importantes do mundo da série, o que deve aumentar a tensão nos episódios futuros. Além disso, vimos laços emocionais se fortalecerem e tivemos um vislumbre da real extensão do poder da nossa ninja excêntrica.
No fim, A Ninja e uma Assassina Sob o Mesmo Teto continua sendo um caos controlado — com coração, folhas, e um toque de insanidade bem-vinda.