Música

Ju Dourada canta no Rio São Francisco em “Filha de Iemanjá”

Artista mineira Ju Dourada celebra suas origens em primeiras canções autorais e lança a inédita Filha de Iemanjá

Depois de mergulhar nos relacionamentos obsessivos no clipe “Voltas”, a cantora e compositora Ju Dourada mostra outro lado de suas canções com “Filha de Iemanjá”, uma música poética que busca na água a força e a potência do feminino. A faixa celebra a vivência das populações barranqueiras e ribeirinhas do sertão norte-mineiro, e canta os caminhos que levam o Rio São Francisco até o mar. 

Assista ao clipe “Filha de Iemanjá”: https://youtu.be/CUYv7epfKUs 

Ouça “Filha de Iemanjá”: https://tratore.ffm.to/FilhadeIemanjaJuDourada 

A composição é uma consequência do mergulho pessoal de Ju Dourada em sua própria espiritualidade, em busca de novos caminhos e autoconhecimento. Embora não pratique uma religião específica, a artista abraça o sincretismo, já presente em suas origens católicas, sem se limitar a credos ou crenças. Umbanda, budismo e astrologia fazem parte de suas convicções, de onde a cultura dos orixás desponta como uma importante fonte de conexão.

“‘Filha de Iemanjá’ nasceu da minha ligação com a água, com o mar, que sei é de outras vidas. A melodia me veio quando eu olhava as ondas dentro do mar da Bahia. Muito tempo depois, eu comecei a letra, durante a pandemia de 2020, onde eu vivia um processo de introspecção e resgate da minha espiritualidade. A inspiração veio das lembranças de várias pessoas amigas que cultuam os orixás, que me diziam, do nada: acho que você é Filha de Iemanjá. Pra mim, fez todo sentido, ainda mais da minha ligação com a água. Só tenho paz perto da água. Seja um banho quente, um rio ou o balanço do mar. Como filha do Velho Chico e de Maria Alice, minha mãe (in memorian), incluí o sincretismo das Nossas Senhoras e o nome de minha mãe”, Ju explica.

A influência dos sons, ritmos e cores do norte de Minas Gerais é palpável tanto na música quanto no clipe, gravado nas águas do Velho Chico. Para isso, Dourada contou com cineastas barranqueiros – Gleydson Mota, Nan Ferrési, Lucas Almeida -, cuja vivência às margens do rio é essencial para retratar essa conexão. A fotografia e edição são de Túlio Gustavo e Éric Almeida e  a produção teve participação Coletivo de Cinema Cine Barranco, que já faz um trabalho para popularização do cinema no sertão norte-mineiro.

“Um dos meus maiores sonhos é morar pertinho do mar, o que também é expresso na música. Trabalhando esse sentimento de volta pra casa, gravei o clipe no rio que corre em minhas veias e dá a cor parda de minha pele, o São Francisco, que banha minha terra natal. No videoclipe, relembro que o Velho Chico é minha casa mãe, e, seguindo seus fluxos, um dia chegarei ao meu destino, o mar”, resume Ju Dourada, parafraseando o encerramento do clipe.

A produção da música é de Thuyan Santiago e Lauro Santana, que captaram a vibração de leveza e fluidez da música, embalada por elementos que fazem uma ponte de Minas à vizinha Bahia, chegando ao mar e cruzando o oceano até a África. Tudo isso para dar forma a uma jornada profundamente pessoal para a artista.

“A música foi meu único alimento quando nada me descia pela garganta. Começar a compor foi a salvação de minha alma, e essa música, em especial, me mostrou que a arte, gigante como o mar, é o meu verdadeiro lar. É a celebração do arquétipo de Vênus através da cultura afro-brasileira dos orixás. É a água que representa as emoções, as origens, o abraço materno e a fluidez da alma. O arquétipo da sereia também existe na cultura barranqueira, como a Sereia Iara, cujo ‘Salve IARA’ na música também deixa clara essa união”, completa Ju.

Assista ao clipe “Voltas”: https://youtu.be/ltPb41rRK2o 

Natural de Januária, em Minas Gerais, Ju Dourada é membro do Bloco Ovelha Negra, destaque no Carnaval de sua terra natal, e cofundadora do Movimento Cultural Barrancada, um coletivo que valoriza a cultura musical barranqueira. Agora, revela suas primeiras canções solo.

Iniciando uma nova fase em 2024, Ju Dourada incorpora em suas composições as experiências da vida, sendo “Voltas” a primeira de muitas canções que servirão para consolidar sua visão autoral, agora ampliada com “Filha de Iemanjá”. Os singles estão disponíveis em todas as principais plataformas de streaming, e os clipes no YouTube.

Ficha técnica:

Música

Compositora: Juliana Dourado

Produção musical, Mixagem e Masterização: Thuyan Santiago, Lauro Santana

Gravação musical: 1234 Recording Studio – Brasília-DF

Músicos: Leandro Godoi (baixo), Marcelo Melo(bateria), Dinho Lacerda (percussão)


Videoclipe
Direção: Gleydson Mota 

Direção Criativa: Gleydson Mota e Juliana Dourado

Produção: Cine Barranco e Juliana Dourado

Assistência de Produção: Nan Ferrési (Ernane Silva)

Captação de Imagem: Gleydson Mota e L.A Films

Fotografia, Montagem e Edição: Túlio Gustavo e Éric Almeida

Figurino: Juliana Dourado

Beleza: Nick Roger Beauty

Agradecimentos Especiais: Neto Guacho Pescador e ao Velho Chico

Letra:

Filha de Iemanjá

Composição: Juliana Dourado

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Mãe me disse um dia que eu era filha de Iemanjá

“Sua mãe é Maria, a Rainha Sereia, a que mora no mar…”

Mãe me disse um dia que eu era filha de Iemanjá

“Sua mãe é Maria, a Rainha Sereia, a que mora no mar…”

Oieiê, Odoyá, oi oi! 

Pegue suas coisas, volte pra beira do mar

Leve um presente pra lá

Põe no seu manto de espuma que ela bate e leva!

Oieiê, minha Sinhá, eu vou (eu vou, eu vou)

Vou voltar pra onde é meu lar (meu lar)

Eu sou filha da dona do mar (do mar, do mar)

Filha de Janaína, Odoyá!

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

Ê, LERÊ LERÊ, SALVE IARA! 

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