Música

Mateus Fazeno Rock lança seu segundo álbum de estúdio “Jesus Ñ Voltará”

Mateus Fazeno Rock é cria das favelas e periferias de Fortaleza e faz de sua história e sua gente o ponto de uma verve poética única. Destaque da novíssima música cearense, o artista lança “Jesus Ñ Voltará”, disco onde desafia sistemas e crenças de peito aberto.

Ouça “Jesus Ñ Voltará”: https://ditto.fm/jesusnvoltara 

“O álbum inteiro é interligado em canções sobre os ciclos de começo e de fim da vida. Só que dentro de uma perspectiva da vida na favela e como são os desafios que a gente conta para estar vivo, continuar vivo, querer continuar vivo e gostar de estar vivo“, conta ele.

Cria da Sapiranga, bairro na periferia de Fortaleza, Mateus é acima de tudo um agitador cultural. Ator, performer, músico, compositor e letrista, ele é o fundador do Fazeno Rock, potente rede de produção cultural formada por artistas ligados pelo rock de favela, que busca contrapor às formas hegemônicas de criar música unindo as influências do grunge, punk, funk brasileiro, rap, reggae, dub e R&B. Em seu novo trabalho, ele traz uma gama de vozes e talentos das periferias cearenses e nomes potentes como Brisa Flow, atração do último Lollapalooza Brasil, e Jup do Bairro, com quem se apresentou no Popload Festival. 

Potencializar vozes e discursos faz parte do processo criativo do novo álbum. Seja trazendo artistas consagrados a nível nacional como Jup do Bairro e Brisa Flow ou evidenciar a vibrante cena da capital cearense, com o hip hop de Big Léo e Má Dam e a teatralidade performática de Mumutante.

Ouça “POSE DE MALANDRO/ME QUEREM MORTO”: https://youtu.be/1HOKCcLKGbw 

Assista a “Melô de Aparecida”: https://youtu.be/hZsa9bqIzls 

Tudo isso se reúne da música de Mateus Fazeno Rock. Ele teve o primeiro contato com o rock quando criança, por meio de um vizinho que ouvia muito Nirvana, Silverchair e organizava festivais de rock no quintal de casa. Essa memória de infância motivou a pesquisa do artista quando, com as lan houses, o acesso à internet dominou as periferias do Brasil na metade dos anos 2000. Hoje, ele canta sobre vivências e experiências faveladas fazendo refletir sobre nosso tempo, nossa saúde e nossa continuidade através do rock de favela. 

O artista começou a tocar violão na ONG Revarte (Resgate dos valores através da Arte), na Sapiranga. Mas sua virada artística veio mesmo a partir de um sarau, também realizado na região onde cresceu. Além de apresentar poemas e algumas músicas, Mateus era realizador do encontro, o que o colocou em contato com outros artistas e com o teatro. Apesar do contato com o rock através do grunge, Mateus não se identificava com os garotos loiros que via nas revistas. Mateus não nega a influência do Nirvana em sua musicalidade, mas buscou fundir Kurt Cobain com Djavan e abandonou virtuosismos em prol de linguagens do punk, que exigem mais energia e vontade. Um potencial enorme de identificação para jovens pretos roqueiros. 

Durante a pandemia, Mateus lançou seu debut “Rolê Nas Ruínas”, que já soma mais de 600 mil plays apenas no Spotify e cuja turnê o levou a várias partes do Brasil, dividindo palcos com grandes nomes como Don L (Circo Voador, RJ), Jonathan Ferr (Queremos Lab + Oi Futuro, RJ) e Fernando Catatau e Juçara Marçal (Centro da Terra, SP). 

Com produção de Agê, Caiô (Outragalera), Glhrmee e do próprio artista, o álbum “Jesus Ñ Voltará” está disponível em todas as plataformas.

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